24 de julho de 2007

Nosso dia-a-dia é um Folclore

Abaixo vai um trecho do texto "A Gramática Simbólica", do diretor executivo do Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP), Claudius Ceccon, que está na revista Onda Jovem (www.ondajovem.com.br) desse mês de Julho.

“No sentido antropológico, cultura não é o capital de saberes acumulados individualmente. Ao contrário, é uma espécie de gramática simbólica que organiza e dá sentido às idéias, aos comportamentos, às práticas sociais. A comunicação e as relações sociais são fundamentais na produção, reprodução, circulação e apropriação da cultura, conferindo-lhe um caráter dinâmico, de permanente re-criação, atravessada por relações de força por interesses em disputa. Os indivíduos, em razão de sua posição social, tem acessos diferenciados à chamada cultura legítima, produzindo sínteses particulares para a interpretação do mundo. Então “vamos combinar” que cultura tem a ver com valores, modos de pensar, comportamentos; com crenças e teorias que ajudam a explicar o mundo e o lugar que alguém ocupa nesse mundo. E ainda com normas, regras e princípios morais que determinam de que maneira as pessoas devem agir.”

Depois que li esse texto, lembrei de uma argumentação minha em várias conversas sobre cultura (em todas as suas vielas). Lembrei-me que o folclore é passado muitas vezes nas escolas como algo muito distante e periódico, e nesse mesmo “balaio temporal” vai a nossa linguagem, ou seja, nossa cultura. Nunca é tarde para entender que não adianta mascarar o que está no sangue, e nossa linguagem folclórica faz muito mais parte do nosso dia-a-dia do que pensávamos. Nossa identidade não precisa de “realises”, nem nossos dias de “check lists”. Só precisamos lembrar do que é nosso.

11 de julho de 2007

Viva a Cultura Popular Brasileira !

"Acho que a situação ainda não está boa, mas já está bem melhor do que antes. Quer dizer, estão começando a se aperceber que ali, nas diversas manifestações do povo brasileiro, está também, uma coisa que é importantíssima... que é a linguagem brasileira" (Ariano Suassuna)

http://br.youtube.com/watch?v=0yv6Dw1L8d0&mode=related&search=

Isso é Brasil!

3 de julho de 2007

Resposta à Mainardi: Os Eca!

O colunista Diogo Mainardi, da revista Veja, (aquele jornalistazinho anti-ético que já falou mal dos nordestinos nas eleições), usou uma frase de Ivan Lessa para suas comparações imbecis na revista dessa semana (edição de 4 de julho). Segundo Lessa “O mundo se divide em dois tipos de pessoas, os que gritam Oba! e os que exclamam Epa!”. Os Oba são otimistas, alegres, aproveitadores, oportunistas, barulhentos e donos de um caráter flexível. Já os Epa!, são censuradores, precavidos, desconfiados, facilmente escandalizáveis dotados de um caráter rígido e de pouquíssimo senso de humor.

Infelizmente o colunista (jornalistazinho), estragou toda a teoria de Lessa, usando-se como exemplo para os Epa! e colocando os brasileiros como “maioria esmagadoramente Oba!”. Como se achasse pouco chamar os brasileiros (a pátria que pariu esse jornalistazinho) de “aproveitadores, oportunistas, barulhentos e donos de um caráter flexível”, ele usou a teoria para “explicar” a última pesquisa CNT-Sensus. A pesquisa mostra que brasileiros que ganham até 380 reais apoiaram em 72,3% o presidente Lula, por isso, o jornalistazinho os compara aos que gritam Oba! de Lessa.

Sem fazer politicagem, gostaria de dizer a Mainardi, que me incluo em uma nova “categoria”, criada por mim depois de ver suas comparações. Os Eca!. Essa categoria é composta por pessoas também censuradoras como existe nos Epa!, desconfiados e facilmente escandalizáveis... Mas também somos otimistas, alegres, donos de um caráter digno e honesto e o que mais marca essa categoria é a capacidade enorme em encontrar pessoas como Mainardi e gritar e/ou exclamar um enorme ECA!! em seus vendidos ouvidos. Pois com as nojentas palavras compradas de uma personalidade tão fútil para o jornalismo e a comunicação de uma nação, não tem quem não se enoje! Eca pra você Diogo Mainardi!

Há!... só mais uma coisinha, as obras de Ariano Suassuna são arrojadas esteticamente também, basta deixar de ser Epa! e encarar nossa realidade. Simplicidade e sofisticação. E continue vendo enlatados americanos na TV, por que você comentando cultura popular... Eca!