25 de janeiro de 2008

Que som é esse mesmo?

Pra saber o "o que é" e o "por que" do que você vai pular no carnaval de Pernambuco, segue abaixo algumas informações indispensáveis.

Caboclinho
O Caboclinho é com certeza uma das presenças mais originais do carnaval do Recife, sendo o grupo formado pelo: cacique, mãe-da-tribo, pajé, matruá, capitão, tenente, porta-estandarte, perós (meninos e meninas), caboclos-de-baque, cordão de caboclos e cordão de caboclas, os músicos geralmente são em número de quatro. O conjunto é formado pela inúbia (um pequeno flautim de taquara), caracaxás ou mineiros, tarol e surdo. A beleza plástica das jovens índias, a forte coreografia dos caboclos e a variedade de cores do conjunto, dão um toque de destaque ao grupo. Se no maracatu está toda a herança das nações de negros, no caboclinho vamos encontrar a presença do índio.

Ciranda
É uma dança típica das praias que começou a aparecer no litoral norte de Pernambuco. Uma das cirandeiras mais conhecidas é a
Lia de Itamaracá. Surgiu também, simultaneamente, em áreas do interior da Zona da Mata Norte do Estado. É muito comum no Brasil definir ciranda como uma brincadeira de roda infantil, porém na região Nordeste e, principalmente, em Pernambuco ela é conhecida como uma dança de rodas de adultos. Os participantes podem ser de várias faixas etárias, não havendo impedimentos para a participação de crianças também.

Coco de Roda
Dança popular do litoral do Nordeste brasileiro, tem influência no batuque africano e bailados indígenas. A dança é simples: forma-se uma roda e, envolta dela, alguns participantes sapateiam no centro. O restante do grupo faz o canto entoado e as palmas rítmicas. Os participantes do centro são os solistas, eles escolhem quem serão os próximos a participarem do sapateado. O ritmo acompanha a simplicidade dos passos, com um refrão entoado pelo coro, que por sua vez é acompanhado pelo pandeiro, ganzá e ingono (tambor). O canto normalmente é improvisado, com exceção do refrão, e envolve uma sucessão de versos e estrofes. Entre as suas mais conhecidas variações, encontram-se o coco de praia e o coco de sertão.

Maracatu de Baque Virado
Os Maracatus mais antigos do Carnaval também conhecidos como Maracatus de Baque Virado ou Maracatu Nação, nasceram da tradição do Rei do Congo, implantada no Brasil pelos portugueses. O mais remoto registro sobre Maracatu data de 1711, em Olinda, e fala de uma instituição que compreendia um setor administrativo e outro, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei: o Maracatu. Do Maracatu Nação participam entre 30 e 50 figuras. Entre elas estão o Porta-Estandarte, trajado à Luís XV (como nos clubes de frevo), que conduz o pavilhão e, ao seu lado, traz uma baliza ou um ajudante. Atrás vêm as Damas do Paço, cinco ou dez delas, as de maior importâncias no bailado, e que carregam as Calungas, que são bonecos de origem religiosa, do Congo, reminiscência de cultos fetichistas. A dança executada com as Calungas tem caráter religioso e é obrigatória na porta das Igrejas, representando um "agrado" a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Quando o Maracatu visita um terreiro homenageia os Orixás. Depois das Damas do Paço segue a corte: Duque e Duquesa, Príncipe e Princesa, um Embaixador (nos Maracatus mais pobres o Porta-estandarte vale como Embaixador). A corte abre alas para o Rei e a Rainha, que trazem coroas douradas e vestem mantos de veludo bordados e enfeitados com arminho. Nas mãos trazem pequenas espadas e cetros reais. O Rei é coberto por um grande pálio encimado por uma esfera ou uma lua, transportado pelo Escravo que o gira entre suas mãos, lembrando o movimento da Terra. O uso deste tipo de guarda-sol é costume árabe, ainda hoje presente em certas regiões africanas. Alguns Maracatus incluem nesse trecho do cortejo também meninos lanceiros, vestidos como guardas-romanos, com capacete de metal. Outros, não dispensam a figura do Caboclo de Pena, que representa o indígena brasileiro e tem coreografia complicadíssima. Enquanto dança ao redor do cortejo, emite sons estranhos, imitando pássaros selvagens, e produz estalos secos e rápidos com seu arco e flecha. A orquestra do Maracatu Nação é composta apenas por instrumentos de percussão: vários tambores grandes (zabumbas), caixas e taróis, ganzás e um gonguê (metalofone de uma ou duas campânulas, percutidas por uma vareta de metal). O Mestre de Toadas "puxa" os cantos, e o coro responde. As baianas têm a responsabilidade de cantar, outras vezes, são os caboclos, mas todos os dançarinos também podem participar.

Maracatu de Baque Solto
Também conhecido como Maracatu de Orquestra ou Maracatu Rural é um misto de dança e de teatro que conta a saga dos homens e mulheres plantadores de cana de açúcar. Inicialmente eram homens que saiam isoladamente, vestidos de uma roupa de chita colorida, rostos escurecidos com carvão, cabeças cobertas com um chapéu em forma de funil, um chocalho preso às costas e uma lança na mão. Eram caboclos, assim chamavam os que viviam distante dos centros urbanos e que descendiam dos índios. Apareceram como testemunhas históricas do passado. Eram guerreiros que haviam perdido seus líderes. Inicialmente não eram aceitos nas comunidades e foram reprimidos. Com o tempo começaram a sair em conjunto lembrando uma tribo, com nomes que demonstravam a coragem, por isso são tantos os que se chamam de Leões, ou tribos com o nome dos peixes que tiravam dos rios, como a Cabinda ou Piaba. Negociaram a sua sobrevivência e adotaram uma corte real. Seus caboclos foram se tornando mais atrativos, suas vestes mais coloridas, sem abandonar a Burrinha, o Caçador, o Mateus e sua companheira Catirina – também chamada de Catita – que saiam em busca de comida para a tribo que se desloca de um povoado a outro, de uma cidade a outra. Os Maracatus de Baque Solto, nascidos dos canaviais das cidades da Zona da Mata Norte, especialmente Nazaré da Mata e Aliança, conquistaram a Capital e hoje já são vistos como uma das mais genuínas criações culturais de Pernambuco. Os Caboclos de Lança, com a sua dança guerreira são, hoje, os guardiões da cultura pernambucana.

Samba
O gênero, descendente do lundu (canto e dança populares no Brasil do século XVIII), começou como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, principalmente para a região da Bahia. Também conhecido por umbigada ou batuque, consistia em um dançarino no centro de uma roda, que dançava ao som de palmas, coro e objetos de percussão e dava uma ''umbigada'' em outro companheiro da roda, convidando-o a entrar no meio do círculo. Com a transferência, no meio do século XIX, da mão-de-obra escrava da Bahia para o Vale do Paraíba e, logo após, o declínio da produção de café e a abolição da escravatura, os negros deslocaram-se em direção a capital do país, Rio de Janeiro.

Afoxé
Termo em português oriundo da palavra em Iorubá (afose), recurso mágico que concede ao usuário o poder da palavra, poder adquirido concedido através da fala, de tal modo que uma ordem verbal não poderá ser desobedecida, a mesma força de realização através da palavra pode ser empregada nas orações. Esta palavra sofreu distorções ao ser aportuguesado. No Estado de Pernambuco o termo ressurge num novo formato - no final da década de setenta - com o Afoxé Ylê de África, composto por alguns integrantes do Movimento Negro Unificado. Atualmente, o Afoxé enquanto entidade de cultura negra vem buscando o fortalecimento dos terreiros de Candomblés, quebrando os preconceitos atribuídos aos seus rituais religiosos e compromissos sociais, através de suas músicas e expressões artísticas. Por isso, reafirma e celebra seu ritual no Carnaval de Olinda para um público culturalmente livre e diversificado.

Axé
O Axé Music, ou simplesmente Axé, é um gênero musical surgido no estado da Bahia na década de 1980, durante as manifestações populares do carnaval de Salvador,que mistura a Marcha das Músicas Latino-caribenhas com Frevo pernambucano, forró, Maracatu e Calypso, que é derivado do Reggae.

Frevo
Em meados do século XIX, em Pernambuco, surgiram as primeiras bandas de músicas marciais, executando dobrados, marchas e polcas. Estes agrupamentos musicais militares eram acompanhados por grupos de capoeiristas. Por esta mesma época, surgiram os primeiros clubes de carnaval de Pernambuco. Os capoeiristas necessitavam de um disfarce para acompanhar as bandas, agora dos clubes, já que eram perseguidos pela polícia. Assim, modificaram seus golpes acompanhando a música, originando tempos depois o "Passo" (a dança do Frevo) e trocando suas antigas armas pelos símbolos dos clubes que, no caso dos Vassourinhas e Lenhadores, eram constituídos por pedaços de madeira encimados por uma pequena vassoura ou um pequeno machado, usados como enfeites. O frevo é uma dança inspirada em um misto de Marcha e Polca, em compasso binário ou quaternário, dependendo da composição, de ritmo sincopado. É uma das danças mais vivas e mais brejeiras do folclore brasileiro. A comunicabilidade da música é tão contagiante que, quando executada, atrai os que passam e, empolgados, tomam parte nos folguedos. E é por isso mesmo, uma dança de multidão, onde se confundem todas as classes sociais em promiscuidade democrática. O frevo tanto é dançado na rua, como no salão. Existe em três tipos: Frevo de Bloco, Frevo de Rua e Frevo Canção.

Agora pulem à vontade!

Fontes: Wikipédia, TerraBrasileira.net, Prefeitura de Olinda (site) e Prefeitura de Recife (site).