13 de dezembro de 2007

95 anos




Se estivesse nesse plano, ele estaria completando 95 anos.

Relembrar Luiz é celebrar o que temos de bom.



Parabéns!

10 de dezembro de 2007

Pra dormir, ou pra curtir?

No último dia 8, no teatro da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Recife teve o privilégio de receber o cantor e compositor mineiro, João Bosco, em sua turnê de divulgação do álbum “Obrigado Gente!”, gravado ao vivo, em comemoração aos seus 30 anos de carreira. Ele voltou a cantar grandes sucessos. Até então, tudo bem, um grande compositor, em um grande show, com uma platéia maior ainda... se não fosse o “ar de banzo” que dominou toda a apresentação dele.

Depois da terceira música, ouvia-se o grito “Papel Machê!!”, era uma senhora, pedindo uma das mais conhecidas, mas nem a risada de todos presentes no teatro, animou o clima da apresentação.... Apresentação? Sim, costumo dizer que existem shows e apresentações. Shows acontecem quando o artista (lidando com arte, ou não) interage osmoticamente com a platéia, ou seja, os espectadores fazem parte do evento. As apresentações acontecem, para mim, como uma exposição de quadros de Von Gogh, um silêncio total, e cada um que veja uma árvore onde Von Gogh gostaria de mostrar um carrossel. São formas diferentes de expor a arte, e nenhuma delas está errada. Mas acredito que metade das pessoas que foram na apresentação de João Bosco no último dia 8 do teatro da UFPE, não foram com intuito de ver uma apresentação, e sim um show. Ou ao menos tivemos um grande percentual de pessoas que não conhecem exatamente o trabalho dele, desta forma entendemos o por que de gritar entre uma musica e outra, já que ele não gosta muito disso. A verdade é que vi pessoas dormindo. Não para mim... Juro que gostei do show! Musicalmente foi perfeito... Solos desconcertantes, como a própia música do cantor Mineiro. Os solos de bateria (Kiko Freitas) eram tão reais quanto a falta de presença (ou paciência) de palco do compositor, a diferença é que a bateria produzia sons maravilhosos, e o sorriso sem palavras nem sons dele eram barulhentos demais para quem achou que ia sair maravilhado de lá.


Fui ao banheiro durante a apresentação e percebi que uma mulher reclamava grosseiramente com um segurança: “por que não dá play nesse troço??”. Ela estava no bar do teatro, olhando um DVD de Seu Jorge e Ana Carolina, ”arretada” com o show: “Eu tava quase dormindo lá dentro, chego aqui esse dvd está no menu... Assim não dá meu filho.... Dê logo um play vá!”


È... O clima estava pesado no bar... Já no camarim, o clima era de total “leveza”. A produção estava impecável (CBS Produções). Tinha um segurança atrás das cortinas do palco, que parecia não estar muito feliz por estar lá. Tudo bem que os seguranças não precisam estar distribuindo sorrisos, mas depois que ele discretamente bocejou, percebi um certo sono nele também. Tinha gente na platéia realmente empolgada com a musicalidade do quarteto, mesmo que por várias vezes João Bosco estivesse de costas para o público. Pessoas aplaudiam muito cada solo de guitarra, baixo e bateria, até os que estavam dormindo. Acho até que, depois dos primeiros aplausos apareciam vários outros, possivelmente quando começavam os primeiros, os que roncavam acordavam para acompanhar a metade empolgada. Um dos produtores do compositor, quando percebeu minha presença no palco, ao lado das cortinas, me olhou como se fosse perguntar algo do tipo: “quem é você? O que está fazendo aqui?”. Mas acabou ficando só no olhar, do tipo: “deixa pra lá... ta tão bom aqui sentado...”.


No final, quando ele finalmente tocou “Papel Machê”, depois de contados cinco pedidos da mesma senhora, (a senhora que disse que o amava, gritando. Não se empolguem, só ela fazia isso) e aproximadamente uma hora e meia de apresentação, ele foi embora, direto para o seu camarim, e nem ouviu (ou não fez questão de ouvir), a mesma senhora e mais umas cinco pessoas pedindo para ele voltar, depois que 99% da platéia já estava na escadaria do teatro, lá fora. Ele partiu rapidamente sem falar com ninguém. Nem mesmo comigo que fiquei na frente dele, tentando mostrar que apesar de todo o sono... Eu adorei o show!

26 de outubro de 2007

Iai, vamos pro mercado?

Sarapatel, conserto de roupas, engraxates, bolinhos de bacalhau, artesanato (puro nordestino), toalhas, doces, concursos de poesia, bode assado, forró ao vivo, cordelistas, eletrodomésticos (novos ou usados), macaxeira com charque, pão doce, conserto de vassouras ... Quem não conheceu os mercados públicos do Recife, não conhece a essência da cultura pernambucana. São 2.277 boxes, somados de 17 mercados, cada um mostra a cara da comunidade local. Nos últimos anos, a sociedade pernambucana vem resgatando a importância de poder desfrutar desses espaços multiculturais, que ao passar dos anos, tornam-se cada vez mais vivos dentro da atmosfera cultural nordestina. A autenticidade dentro das misturas culturais brasileiras é o grande produto que se pode consumir nesses centros.

Alguns:
Mercado de São José
Mercado de Água Fria
Mercado da Madalena
Mercado de Santo Amaro
Mercado de Nova Descoberta
Mercado das Flores
Mercado do Jordão

Mercado dos Coelhos
Mercado da Encruzilhada



Os Amigos dos Mercados (
www.amigosdosmercados.com.br) tem ajudado na redescoberta desses espaços.

Iai, vamos pro mercado?

1 de outubro de 2007

MUNIC: Nossa Cultura Mapeada

A Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic 2006) do IBGE, ganhou um suplemento voltado para a cultura. O Ministro Gilberto Gil, no último dia 17, lançou a inserção desse documento na pesquisa do instituto. No discurso de Gil (www.cultura.gov.br/noticias/discursos/index.php?p=29795&more=1&c=1&pb=1), ele cita a boa parceira entre o IBGE e o MinC, no quarto ano de pesquisas municipais e instiga a sociedade a pensar nas diversas possibilidades que os dados nos proporcionam sonhar.

É notório a positividade que envolve todo o discurso do Ministro, não só pelos dados da pesquisa (que por si só, elogiam a gestão), mas pela atual aceitação de seu mandato por todas as camadas sociais. Não quero levar esse texto para um discurso político, mas segundo o Munic, em sete anos, cresceu em 178% o número de municípios com acesso à Internet, em 41% a quantidade de museus nas cidades brasileiras e em praticamente 17% o número de bibliotecas. Esses e outros dados geram parâmetros para comparações e discussões embasadas em números concretos, aumentando a possibilidade de encontrar falhas, e corrigi-las antes que a bola de neve aumente, ajudando a mapear melhor a realidade cultural brasileira. Essa sim foi a grande vitória da pesquisa. Segundo o ministro, “nesses quatro anos, a cultura passou a ter visibilidade numérica e mensuração estatística”.

Os dados motivam ações regionais. Como diríamos: agir “na ferida”, ou “nas feridas”, fazendo com que o controle das atividades culturais do governo federal nos municípios, seja melhor fiscalizado futuramente. E abre um leque de possibilidades para novas inovações no âmbito cultural federal, no intuito de descentralizar a nossa cultura, até por que, acredito nessas pesquisas quando penso em um país continental e dinâmico culturalmente, como o nosso. O ministro também enxerga dessa forma quando comenta que com o Munic, conseguimos visualizar os males culturais que a nossa colonização nos deixou como herança: “o Munic demonstra, sem nenhum artifício, as mazelas entranhadas por séculos da história do nosso País, que se espalharam por nosso território e inocularam as desigualdades oriundas de um modelo de colonização, um modelo de povoamento e um modelo de desenvolvimento”. Completo: um modelo falido de um colonizador falido.

Como diriam alguns amigos meus: “os trabalhos” já começaram. Acredito que o Ministério está no caminho certo, ainda é pouco, mesmo vivendo em um país onde toda esmola é bem vinda, e logo se diz “é pouco mais é alguma coisa” (trecho que me remete outro trecho bem explorado de quatro em quatro anos: “rouba mas faz”)... Ainda é pouco. Mas é um início. E vou cobrar mais.


12 de setembro de 2007

Protestar contra quem?

Como é de praxe, todos os dias que entro no meu horário de almoço, saio um pouco da realidade da empresa, mesmo estando ainda lá, e entro na viajante web e seus convites às relações. isso tudo só pra dizer que entrei no site de relacionamentos, Orkut, onde tenho um perfil. Uma conhecida tinha deixado um scrapt (recado), que era na verdade um convite à participar de um manifesto anti-pirataria que ia acontecer aqui no centro da cidade. Me segurei, pois não tenho costume de usar muito esses scrapts como comunicação mas... Agreguei forças e resolvi responder o convite. Segue abaixo a minha resposta:

Adriana, sobre o protesto...

É importante saber até onde a pirataria faz mal a sociedade. Não sou pirateiro, mas sei de muitos músicos, dançarinos, produtores/produtoras, artistas populares (em geral) que crescem e trabalham com a reprodução sem vínculos com uma gravadora. Por isso entendo e desta forma tento agregar, falando que o mais importante que protestar sobre algo colocado como errado, pelo simples fato de não ser aceito pelas já conhecidas "empresas de direitos autorais", ou gravadoras (diga-se de passagem, exploradoras), é protestar sabendo que essas leis não são espelhos da nossa sociedade e da nossa cultura, mas sim, modelos de outros países. O que coloco nesse espaço não é politicagem, nem apelo para que várias pessoas leiam oq coloquei aqui... É apenas uma opinião fundada com embasamentos tirados do nosso dia-a-dia e da percepção que esse processo de "liberdade autoral" é uma evolução do ponto de vista cultural.Ok?

Obrigado pelo convite!
Abs...

Na verdade amigos, não sou a favor da pirataria, mas nem tão pouco das gravadoras, e usei o sentido lógico da coisa: se eu for me manifestar contra o pirata, estarei a favor das empresas de direitos roubados. Importante salientar que a escravidão acabou, e o processo que existe hoje em dowloads, trata-se de um caminho sem volta. Evolutivo. Completo. Não se preocupem mais com isso, as gravadoras que vão ter que "rebolar" para conquistar seu público. Como já estão fazendo, disponibilizando mais detalhes nas fichas técnicas nos encartes de cds e dvd´s, ou até mesmo lançando novos produtos como o CD/DVD, juntos em um mesmo produto (algo que lembra o velho bolachão, Lado A/Lado B).

Nosso foco é outro... Temos que cuidar para nossos manifestos de cobrança à mais incentivos às culturas sejam ouvidos, e não alimentar o bucho da velha máquina de monopólio musical.

Agora, vamos pensar nas emissoras de TV quando a TV Digital chegar!

23 de agosto de 2007

Circuito Cultural Banco do Brasil

Está na vez dos pernambucanos serem presenteados com o circuito. De 23 de agosto a 9 de setembro no Centro de Convenções da UFPE, teremos muita música boa, exposições, cinema, programas educativos e peças teatrais. Começando com a exposição “Di Cavalcanti: Cronista de seu tempo”, um cara que refletiu nas telas a ironia de uma época que a elite do Rio e São Paulo bebiam, vestiam, ouviam e comiam Paris.

Para os amantes dos reais valores da vida, essa é mais uma boa chance de se divertir. E como nessa terra não falta quorum para esse tipo de incentivo...

Deixo vocês com a programação fresquinha, fresquinha!

http://www44.bb.com.br/appbb/portal/bb/ctr2/cc/NoticiaDetalhe.jsp?Noticia.codigo=159430

Vejo vocês lá!

17 de agosto de 2007

13º Congresso Brasileiro de Folclore

Eixo Temático :
Folclore – diversidade, educação, políticas públicas e direitos culturais


Data: 18 a 22 de setembro de 2007
Local: Centro de Negócios SEBRAE/CE


Mais informações: http://www.vceventos.com.br/folclore2007/

O Macaxeira vai acompanhar!

15 de agosto de 2007

Democratização da Comunicação e da Cultura: vamos começar?

Está sendo organizado o 1º Encontro Paulista pela Democratização da Comunicação e da Cultura . Uma boa desculpa para se discutir assuntos capitais que envolvem os agentes e as leis que englobam esses agentes da mídia e da cultura Tupiniquim. Não foi possível ainda disponibilizar datas desse encontro aqui pra vocês, por que não houve uma divulgação oficial, porém, o foco principal e o ritmo bem legal que o encontro promete ter, já está disponível no site Brasil Cultura: http://www.brasilcultura.com.br/conteudo.php?id=2078

Falar de democratização da comunicação e da cultura em um país como o nosso, é viajar para um mundo que parece bem distante da nossa realidade. Entre o “ideal para ser” e o “atual quadro” existem Leis retrógradas, monopólios, interesses, mandos políticos, etc e etc e etc ... Mesmo assim, acredito no poder da sociedade para mudar esse “atual quadro”. Segundo o texto do Brasil Cultura (Uma simbiose necessária) para se obter uma democratização do acesso e da produção da cultura e da comunicação, algumas medidas devem ser tomadas:

Na comunicação: “é necessária a consolidação dos meios de comunicação públicos e privados que sejam democráticos, interativos e que veiculem a produção cultural popular”

“Ao sistema de TV privado, é preciso que o Estado exerça de forma efetiva a regulação sobre as redes de televisão para que estas busquem efetivamente realizar os objetivos estabelecidos na Constituição de servir à promoção da cultura nacional e regional, de estimular a produção independente, de dar preferência à finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, e de veicular uma produção cultural, artística e jornalística regionalizada.”

“Caso as redes de televisão privadas não sigam tais princípios e assim não atendam ao interesse público, é preciso que o Estado aplique as devidas sanções, inclusive a não renovação das concessões de tais veículos de comunicação.”
(Isso eu pago pra ver!!)

Na cultura: “a luta pela democratização passa pela disputa de um modelo de tutela das obras intelectuais que assegure o livre fluxo, utilização, e recriação das obras intelectuais, ao contrário do atual modelo proprietário que impede o compartilhamento dos conteúdos culturais e que, apesar do pequeno retorno financeiro concedido aos artistas, submetem os artistas e cientistas aos interesses pelos intermediários da produção cultural e científica. Além disso, é importante ressaltar o papel do Estado na promoção de políticas públicas que estimulem o acesso e a produção cultural regional e diversificada.”.

Todo debate é positivo. O momento é esse. A Tv digital já está chegando, os espaços para a cultura regional não param de crescer, e pra isso, precisamos de metas, regulamentos e leis diante da “revolução do conhecimento” que passamos. Se essa consciência ainda não chegou a determinados poderes, a sociedade afinada e cada vez menos “senso comum” e mais “senso crítico” pode mudar algo.

Espero um encontro como esse aqui em Recife.

24 de julho de 2007

Nosso dia-a-dia é um Folclore

Abaixo vai um trecho do texto "A Gramática Simbólica", do diretor executivo do Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP), Claudius Ceccon, que está na revista Onda Jovem (www.ondajovem.com.br) desse mês de Julho.

“No sentido antropológico, cultura não é o capital de saberes acumulados individualmente. Ao contrário, é uma espécie de gramática simbólica que organiza e dá sentido às idéias, aos comportamentos, às práticas sociais. A comunicação e as relações sociais são fundamentais na produção, reprodução, circulação e apropriação da cultura, conferindo-lhe um caráter dinâmico, de permanente re-criação, atravessada por relações de força por interesses em disputa. Os indivíduos, em razão de sua posição social, tem acessos diferenciados à chamada cultura legítima, produzindo sínteses particulares para a interpretação do mundo. Então “vamos combinar” que cultura tem a ver com valores, modos de pensar, comportamentos; com crenças e teorias que ajudam a explicar o mundo e o lugar que alguém ocupa nesse mundo. E ainda com normas, regras e princípios morais que determinam de que maneira as pessoas devem agir.”

Depois que li esse texto, lembrei de uma argumentação minha em várias conversas sobre cultura (em todas as suas vielas). Lembrei-me que o folclore é passado muitas vezes nas escolas como algo muito distante e periódico, e nesse mesmo “balaio temporal” vai a nossa linguagem, ou seja, nossa cultura. Nunca é tarde para entender que não adianta mascarar o que está no sangue, e nossa linguagem folclórica faz muito mais parte do nosso dia-a-dia do que pensávamos. Nossa identidade não precisa de “realises”, nem nossos dias de “check lists”. Só precisamos lembrar do que é nosso.

11 de julho de 2007

Viva a Cultura Popular Brasileira !

"Acho que a situação ainda não está boa, mas já está bem melhor do que antes. Quer dizer, estão começando a se aperceber que ali, nas diversas manifestações do povo brasileiro, está também, uma coisa que é importantíssima... que é a linguagem brasileira" (Ariano Suassuna)

http://br.youtube.com/watch?v=0yv6Dw1L8d0&mode=related&search=

Isso é Brasil!

3 de julho de 2007

Resposta à Mainardi: Os Eca!

O colunista Diogo Mainardi, da revista Veja, (aquele jornalistazinho anti-ético que já falou mal dos nordestinos nas eleições), usou uma frase de Ivan Lessa para suas comparações imbecis na revista dessa semana (edição de 4 de julho). Segundo Lessa “O mundo se divide em dois tipos de pessoas, os que gritam Oba! e os que exclamam Epa!”. Os Oba são otimistas, alegres, aproveitadores, oportunistas, barulhentos e donos de um caráter flexível. Já os Epa!, são censuradores, precavidos, desconfiados, facilmente escandalizáveis dotados de um caráter rígido e de pouquíssimo senso de humor.

Infelizmente o colunista (jornalistazinho), estragou toda a teoria de Lessa, usando-se como exemplo para os Epa! e colocando os brasileiros como “maioria esmagadoramente Oba!”. Como se achasse pouco chamar os brasileiros (a pátria que pariu esse jornalistazinho) de “aproveitadores, oportunistas, barulhentos e donos de um caráter flexível”, ele usou a teoria para “explicar” a última pesquisa CNT-Sensus. A pesquisa mostra que brasileiros que ganham até 380 reais apoiaram em 72,3% o presidente Lula, por isso, o jornalistazinho os compara aos que gritam Oba! de Lessa.

Sem fazer politicagem, gostaria de dizer a Mainardi, que me incluo em uma nova “categoria”, criada por mim depois de ver suas comparações. Os Eca!. Essa categoria é composta por pessoas também censuradoras como existe nos Epa!, desconfiados e facilmente escandalizáveis... Mas também somos otimistas, alegres, donos de um caráter digno e honesto e o que mais marca essa categoria é a capacidade enorme em encontrar pessoas como Mainardi e gritar e/ou exclamar um enorme ECA!! em seus vendidos ouvidos. Pois com as nojentas palavras compradas de uma personalidade tão fútil para o jornalismo e a comunicação de uma nação, não tem quem não se enoje! Eca pra você Diogo Mainardi!

Há!... só mais uma coisinha, as obras de Ariano Suassuna são arrojadas esteticamente também, basta deixar de ser Epa! e encarar nossa realidade. Simplicidade e sofisticação. E continue vendo enlatados americanos na TV, por que você comentando cultura popular... Eca!

25 de junho de 2007

São João: Festa interiorana?

Principais atrações do São João de Caruaru:

Calcinha Preta e Taradões do Forró,
Aviões do Forró, Cavaleiros do Forró e Solteirões do Forró,
Forró na Tora e Juninho Vanerão
Marreta You Planeta – (??? São João ???)
Saia Rodada, Collo de Menina,
Flávio José, Dominguinhos, Elba Ramalho, Azulão, Geraldinho Lins, Novinho da Paraíba, Savinho e Alcymar Monteiro.

Principais Atrações do São João de Campina Grande:


Aviões do Forró
Magníficos, Alceu Valença, Brasas do Forró
Elba Ramalho, Geraldinho Lins
Cavaleiros do Forró, Ferro na Boneca
Frank Aguiar (@$#%&*2$!!!!!)
Calcinha Preta, Santana, Gatinha Manhosa
Sirano & Sirino, Zé Ramalho, Flávio José
Alcymar Monteiro

Principais Atrações do São João de Recife:

Nilton do Baião, Exibição de Quadrilha Junina
Arlindo dos 8 Baixos, Jessier Quirino
Santanna, Maciel Salu, Poeta
Gennaro e Walkyria, Silvério Pessoa, Bia Marinho
Carlinhos Monteverde, Petrúcio Amorim, Nádia Maia
Dudu do Acordeon, João do Pife e Banda Dois Irmãos,
Irah Caldeira, Orquestra Popular da Bomba do Hemetério
Edmilson do Pífano, Savinho do Acordeon
Maciel Melo, Cirandas, Aurinha do Coco
Coco de Roda, Nando Cordel, Mestre Salustiano e A Rabeca Encantada (isso!)
Forró do Matulão com Mestre Grimário
Flávio José

Não tenho intenção de fazer "politicagem", mas a capital pernambucana mostrou mais uma vez que não é necessário gastar muito para fazer o maior e melhor São João do mundo. Basta usar o bom senso cultural!

Parabéns Recife! Já que o nosso interior foi vendido, que fique na capital o incentivo ao verdadeiro fundamento do São João, que fique na capital o incentivo à nossa cultura popular.


19 de junho de 2007

Macaxeira News !

Comercializaram nossas quadrilhas (juninas)
“O forró de Gonzagão pode até fazer parte do repertório de uma quadrilha estilizada, mas com uma batida mais rápida para permitir a evolução desejada da coreografia durante uma apresentação”, disse o presidente da Federação Pernambucana de Quadrilhas Juninas, Gilcley Paiva. Além da notícia: Pode até fazer parte?? “Luiz respeita Januário...”
Fonte: Folha de Pernambuco (PE)

Telas amazônicas
Artista acreano, Valdenízio Rego, mostra telas em exposição “A Vida na Floresta”, no hall do Ministério Público do Estado do Acre, desde o inicio do mÊs de Junho. Com um estilo primitivo, o artista mostra treze obras que retratam as peculiaridades da Amazônia, retratando a natureza que envolve a fauna, a flora e os habitantes típicos dessa região. Além da notícia: Então vamos ao Acre perceber a visão de um acreano sobre sua terra... Em telas é a melhor parte!
Fonte: Página 20 (AC)

Francês bailando na nossa história
Diretor francês Jean-Claude Penchenat, detém os direitos da peça “O Baile”, que entrará em cartaz no Rio. A peça fala de partes da história do nosso país, mais especificamente quatro décadas de história. Música e a dança destacam o suicídio de Vargas, a Copa de 58, a inauguração de Brasília, o golpe militar de 64, o AI-5, a Copa de 70 e a campanha “Diretas Já”; e retratam moda e comportamento social da década de 50 aos anos 80. Pra fechar rola também samba, bossa nova, tropicalismo, marchinhas populares, iêiêiê, Jovem Guarda e MPB. Além da notícia: Um francês dirigindo nossa história? No mínimo questionável! Mas tudo bem, imaginemos um Brasil visto por um francês... Onde estão os movimentos culturais nordestinos?? Em quarenta anos nós evoluímos culturalmente, oitenta anos na frente de qualquer francês.
Fonte: O Globo (RJ)

63 peças teatrais, 10 filmes e 21 espetáculos dirigidos
Filha de um amazonense e de uma carioca, ela se tornou símbolo da cultura pernambucana. Geninha da Rosa Borges chega aos 85 anos com mais uma montagem no Santa Isabel. Não deixem de prestigiar a dama do teatro pernambucano. Além da notícia: conhecer bem seu próprio umbigo,vai fazer você enxergar melhor sua barriga! Conheçam.
Fonte: Diário de Pernambuco (PE)

(Des) Ordem dos Músicos do Brasil
Liminar determina que a OMB apresente atas de eleições e prestações de contas desde 1964. Alguns músicos eruditos no Rio se juntaram e foram atrás da justiça. O juiz exigirá provas de aptidões musicais dos diretores do conselho regional carioca da (Des) Ordem. Um dos principais objetivos é “clarear” as eleições do órgão, que desde instauração da ditadura militar nunca seguiu nenhum modelo democrático. Além da notícia: CBF=OMB que é igual a antiga máfia italiana nos EUA.
Fonte: Revista Carta Capital (SP)

Dominguinhos homenageado
A Câmara de Vereadores do Recife realiza sessão solene para prestar uma justa homenagem ao sanfoneiro. Santanna, Ivan Ferraz, Maciel Melo e Arlindo dos 8 Baixos, entre outros, prometem uma canja. Além da notícia: toda homenagem, seja ela com fins promocionais, ou com qualquer valor em troca, é válida para pessoas como Dominguinhos.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)

15 de junho de 2007

“Não contaram com a minha astúcia”

Atenção! A Lei Televisa foi derrubada no México!
A lei que permitia aos oligopólios obter concessões por 20 anos com renovação automática, oferecer serviços adicionais sem licitação e sem pagamento ao Estado pelo uso, e determinava a venda de novas concessões ao lance mais alto. Ou seja, reserva-las aos de sempre milionários da comunicação.

A Televisa hoje é considerada o segundo maior conglomerado de mídia da América Latina, o maior produtor mundial de programação em língua espanhola (telenovelas) e a 5ª maior emissora de TV do mundo e ainda de quebra, tem como principal personagem o querido Chaves.

O povo mexicano pode ficar mais tranqüilo depois das eleições que elegeram Caldeirón, pois a Suprema Corte decidiu que essa Lei, votada em alguns minutos e sem o mínimo debate com a sociedade, “viola os princípios de liberdade de expressão, igualdade, autoridade econômica do estado sobre os bens públicos, uso social dos meios de comunicação e proibição de monopólios, além de distorcer o direito à informação ao fazer do dinheiro o critério determinante da concessão” (segundo a revista Carta Capital). http://www.cartacapital.com.br/2007/06/448/cai-a-ditadura-de-chaves/

Vamos fazer isso aqui no Brasil?
Atenção Supremo Tribunal Federal...
Sigam o exemplo do Chapolin Colorado no México, liberem as concessões de rádio e tevê do Brasil!
Isso, isso, isso, isso, isso ...

28 de maio de 2007

Quem você ressuscitaria?

Em recente pesquisa feita na Inglaterra (a terra das pesquisas), o pintor, escultor, arquiteto, inventor, escritor (será que esqueci algo?), Leonardo da Vinci, ocupou o topo de uma lista de figuras históricas que deveriam ressuscitar. Realmente um bom exemplo dado pelos Ingleses para tal acontecimento, pois, mesmo que ele não tivesse que tentar inventar o avião (como tentou por várias vezes) de novo, Leonardo em sua genialidade (na versão 2 - ressuscitado), com certeza se adaptaria a esse mundo.

Mas e aqui no Brasil? A nível Tupiniquim... quem deveria ressuscitar?

É inevitável não pensar em gênios brasileiros das artes... Temos gênios em todas as artes sim! E muitos em várias artes ao mesmo tempo. Quem ressuscitaríamos? Luiz Gonzaga por exemplo seria um bom nome, a simplicidade que o mestre “Lua” ia ensinar a muitos artistas hoje seria interessante de se ver. Quem sabe Vila Lobos? E a sofisticação do erudito brasileiro? Sim! Temos Aleijadinho e seus apóstolos. Machado de Assis, Manoel Bandeira, Castro Alves cuidariam da representação poética, juntamente com grandes cordelistas nordestinos como Apolônio Alves, José Pacheco, João Martins de Athayde (entre outros:
http://www.ablc.com.br/). Com certeza Elis Regina continuaria levando milhares para seus shows, ela mais parece fazer parte de uma “eterna vanguarda”. Tim Maia continuaria cheirando muito "chocolate". Seria sonho ver Renato Russo, Cazuza e Cássia Eller juntos em um palco? Um punk-melodico-bossa-rock-brasileiro daqueles! Grande Otelo seria um bom inicio para as telonas, juntamente com Oscarito, muita gente ia rir muito.

Raul Seixas voltaria e diria: “O dia em que a terra parou!”. Tarde de Autógrafos na Livraria Cultura com Érico Veríssimo, Paulo Francis, Mário de Andrade e o “safado” Nelson Rodrigues.
Noel Rosa, Pixinguinha e Cartola montariam uma produtora de "serestas e boemias"!

E os Modernistas?
A antropofagia de Di Cavalcanti, Carlos Drummond de Andrade, Antonio Gomide, Alberto Santos Dumont, Tarsila do Amaral e o maravilhoso Cícero Dias nos dias de hoje se ressuscitados... revelariam, como nossos políticos são antropofágicos. E a Bossa? Nem tão nova.. mas velha também não! A cultura elitista brasileira não deve ser esquecida! Músicas realmente belas, singelas e carinhosas mostraram que a nossa elite tinha virado “gente grande”, e não dependia mais do Blues, nem do Jazz importado! Sim nós tivemos Tom, Vinicius de Moraes, Baden Powell... “vai minha tristeza, e diz pra eles, que sem eles não pode ser”. “Atenção, Atenção! Noite “Bossanovista” na praia de Copacabana com os ressuscitados...” Seria legal né?

Jackson do Pandeiro em show apresentado por Chacrinha, poderia se juntar a Chico Science e Bezerra da Silva aqui no Recife para relembrar os tempos de “pirraia”.

Se fizéssemos uma pesquisa aqui no Brasil? Quem seria ressuscitado?
Se tivéssemos que ressuscitar o passado para ajudar algo para o presente e consequentemente o futuro... Então o que aprendemos em todos esses anos? Melhor seria inventar pílulas de “anti-oxidação” para personagens como Lenine, Ariano Suassuna, Rita Lee, Jorge Ben, Jô Soares, Paulo Coelho, Chico Buarque de Holanda, Caetano, Gil, Oscar Niemeyer...

10 de maio de 2007

D2! Mas mantenha o respeito!


A familia da cantora Elizeth Cardoso entrou com uma queixa-crime contra Marcelo D2.
Por que?

Em seu último cd, D2 usou na faixa "é preciso lutar", trecho de uma música interpretada pela cantora. Estive ouvindo a musica (na versão D2), é a "Cidade Vazia" de Baden Powel e Lula Freire. Na verdade não é a musica, mas sim um sampler com a voz de Elizeth cantando "Há um momento na vida/em que é preciso lutar", e a queixa da familia não é por uso indevido da obra, já que tudo foi feito dentro das leis ("gravadorescas") normais. Andei me informando, e percebi que o problema da familia é com o sampler, que deixou a voz da cantora parecendo com a do "Tio Patinhas", segundo o neto dela.

Particularmente eu não achei parecido com o pato mais conhecido do mundo não, escutem e tirem suas conclusões: http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?ref=Musica&busca=%E9+preciso+lutar&param1=homebusca&q=%E9+preciso+lutar&check=musica

Paulo César Valdez Jr ( o neto) , diz que é uma falta de respeito com a memória da avó. Mas sinceramente, ficou legal, e essa história de dar o aval e depois querer punir de alguma forma, ta parecendo com um outro recente caso de um certo REI que conseguiu tirar sua biografia das livrarias. Se virar moda, vamos ter produtos com “edições limitadas” em todo país, onde o dono libera, e depois corta. Seria marketing?

Sendo marketing ou não, a música de D2 não ofende a cantora, isso é muito pouco para abalar um vozeirão delicado como o de Elizeth Cardoso. Tenho certeza que esse sampler alimentou a vontade de muitos que não conheciam a cantora, a ouvi-la.
Quanto ao livro do Rei...
Alguém aí comprou ele?
Tava querendo uma cópia!

“O chão do Recife afunda um milímetro a cada gole”


Pernambuco, inicio dos anos 80, Oswaldo Lenine Macedo Pimentel, depois de montar uma loja de discos com um amigo para poder ouvir os LP´s importados, reconhece a potência da música brasileira e em especial, percebe como a cultura de sua terra natal, faz da música produzida um alto-falante cultural que grita poesia para o resto do mundo.

Esse hoje cantor, compositor, arranjador, músico e produtor, com 17 anos conquistou o mundo quando foi ao Rio de Janeiro ver o nascimento de seu filho e acabou ficando por lá para conquistar seu espaço, o mesmo espaço que faltava na terra do mangue, até por que, Pernambuco não era a “Terra do Mangue” ainda. O rapaz que no inicio dos anos 80, subia no palco com seus amigos e cheios de alfaias tocavam sem preconceitos e sem muita definição para o seu “barulho”, fazia uma afrociberdelia sem saber que se tratava de afrociberdelia. Depois de participar do festival MPB Shell em 1981, com a música “Prova de fogo”, de sua autoria, ele deu uma enorme caminhada para construção e definição de seu primeiro trabalho:“Baque solto”, em parceria com Lula Queiroga. Amargou alguns tempos difíceis para músicos como ele, passando alguns anos parado, até voltar em 1993 em dupla com Marcos Suzano, lançando “Olho de peixe”, seu segundo LP.

Daí em diante ele deitou e rolou com a “descoberta” de sua terra para o mundo por intermédio de Chico “O Science”, foi reconhecido como um “músico à frente de seu tempo”, mesmo concretizando em canção o dia-a-dia do brasileiro, defendendo a mistura de “eletricidade e acústica” e estilos musicais enraizados nos folclores e na cultura nordestina. Esse “cronista sonoro”, como ele mesmo se coloca, teve um sucesso considerado tardio, a nível nacional. Sua mulher é o Rio, e sua mãe é Pernambuco. Gravou um CD ao vivo em Paris e concretizou de vez sua carreira internacional mostrando para o Brasil a força da cultura Pernambucana na Europa, onde muitos artistas são mais reconhecidos lá, que cá. Em 2002 lançou “Falange canibal”, que foi distribuído em mais de dez países.

Hoje escuto Lenine em um CD acústico pela MTV, vejo seu show em DVD e me assusto com a capacidade do artista pernambucano. A sua capacidade de produção e variação, sua capacidade de composição criativa, simples e de sofisticação nos detalhes. Incrível como o dia-a-dia do nordestino mostra-se nas letras e melodias de Oswaldo Lenine Macedo Pimentel, canalizada em uma só vertente-linha: coragem, sensibilidade, força, e, sobretudo, o peso carregado nas costas de um povo “compositor” de uma cultura berço dessa sociedade mestiça. Brasileira.

“Alzira bebendo vodka defronte da Torre Malakof
Descobre que o chão do Recife afunda um milímetro a cada gole
Alzira na Rua do Hospício, no meio do asfalto, fez um jardim
Em que paraíso distante, Alzira, ela espera por mim?”

“Nenhum aquário é maior do que o mar
Mas o mar espelhado em seus olhos
Maior, me causa um efeito
De concha no ouvido, barulho de mar
Pipoco de onda, ribombo de espuma e sal”

Jackson Soul Rock Xote Baião Forró Jazz Brasileiro do Pandeiro


José Gomes Filho, 31/08/19, Alagoa Grande, Paraíba, família de artistas populares, apelido veio de uma semelhança com um artista de filmes de western dos anos 30 (Jack Perry). Jackson do Pandeiro ganhou o Brasil depois que foi ao Rio conhecer os jornalistas que falavam bem do seu trabalho no norte/nordeste, na época onde o comércio musical não era tão avassalador e injusto para artistas (falando em artista que faz arte). Aprendeu a escrever seu nome com sua primeira esposa que conheceu em Pernambuco no inicio dos anos 50, quando seu trabalho começou a aparecer para o País. "É uma pena, hoje em dia, ele não ter sua obra reconhecida como Luís Gonzaga", disse Alceu Valença, afirmando ainda que "Jackson era menos articulado, ingênuo... Não soube fazer os contatos que o mestre Lua fez."


Se para bom entendedor meias palavras bastam, para bons musicos José Gomes Filho basta para se entender de ritmo e MPB, como MPB deve ser vista. Por ter tocado em cabarés, ele conheceu o Jazz e não "abriu" nem para João Gilberto e sua Bossa Nova elitizada (quase americana), segundo Zé Ramalho: "Tinha uma grande voz, era uma espécie de João Gilberto do forró".

Um paraibano que ia do forró ao samba, fazia frevos, marchinhas, fazendo de sua voz um veiculo que transbordava cultura musical experimental nordestina, rica, única e sempre inovadora. Esse foi o maior influenciador de uma geração que ouvimos hoje como "Verdadeira MPB Contemporânea".

Tom Zé: "Temos hoje essa malandragem rítmica porque ouvimos muito Jackson quando éramos crianças"

Chico César: "Reinventou o samba e o coco. Eu, João Bosco e Lenine somos herdeiros dele"
Elba Ramalho: "Na minha opinião existem duas escolas de canto no Brasil: a de João Gilberto e a de Jackson do Pandeiro"

João Bosco: "Gravei uma música em homenagem a ele - Batiumbalaio - Rockson do Pandeiro. Coloquei Rockson porque achava que o som dele tinha muito de rock-and-roll"

Gilberto Gil: "Foi o primeiro grande codificador, o homem que trouxe os elementos da música nordestina para a música popular, para o disco, para o rádio, para os palcos das praças do Brasil"

Parabéns Cícero


Nascido no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros do Recife, em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudando-se para o Rio de Janeiro começando sua vida artistica em um hospício, (onde foi sua primeira exposição individual). Esse Pernambucano chocou o Brasil com sua dinâmica e principalmente, seu desprendimento para com a arte tradicional que a Escola Nacional de Belas Artes impunha a seus alunos.


O modernista saiu da escola para conquistar o mundo, (principalmente Paris), com uma arte que ele afirmou uma vez em viagem ao interior pernambucano, que "quem estranha é o mal instruído, o burguês, mas o povo não", depois que suas telas chocaram a elite recifense lá pelo fim dos anos 20, quando voltou à sua terra.


"Eu vi o mundo, ele começava no Recife"


Cícero Dias - 100 anos (ainda de muita vida)

(Tela: O Porto - Cícero Dias)