26 de outubro de 2007

Iai, vamos pro mercado?

Sarapatel, conserto de roupas, engraxates, bolinhos de bacalhau, artesanato (puro nordestino), toalhas, doces, concursos de poesia, bode assado, forró ao vivo, cordelistas, eletrodomésticos (novos ou usados), macaxeira com charque, pão doce, conserto de vassouras ... Quem não conheceu os mercados públicos do Recife, não conhece a essência da cultura pernambucana. São 2.277 boxes, somados de 17 mercados, cada um mostra a cara da comunidade local. Nos últimos anos, a sociedade pernambucana vem resgatando a importância de poder desfrutar desses espaços multiculturais, que ao passar dos anos, tornam-se cada vez mais vivos dentro da atmosfera cultural nordestina. A autenticidade dentro das misturas culturais brasileiras é o grande produto que se pode consumir nesses centros.

Alguns:
Mercado de São José
Mercado de Água Fria
Mercado da Madalena
Mercado de Santo Amaro
Mercado de Nova Descoberta
Mercado das Flores
Mercado do Jordão

Mercado dos Coelhos
Mercado da Encruzilhada



Os Amigos dos Mercados (
www.amigosdosmercados.com.br) tem ajudado na redescoberta desses espaços.

Iai, vamos pro mercado?

1 de outubro de 2007

MUNIC: Nossa Cultura Mapeada

A Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic 2006) do IBGE, ganhou um suplemento voltado para a cultura. O Ministro Gilberto Gil, no último dia 17, lançou a inserção desse documento na pesquisa do instituto. No discurso de Gil (www.cultura.gov.br/noticias/discursos/index.php?p=29795&more=1&c=1&pb=1), ele cita a boa parceira entre o IBGE e o MinC, no quarto ano de pesquisas municipais e instiga a sociedade a pensar nas diversas possibilidades que os dados nos proporcionam sonhar.

É notório a positividade que envolve todo o discurso do Ministro, não só pelos dados da pesquisa (que por si só, elogiam a gestão), mas pela atual aceitação de seu mandato por todas as camadas sociais. Não quero levar esse texto para um discurso político, mas segundo o Munic, em sete anos, cresceu em 178% o número de municípios com acesso à Internet, em 41% a quantidade de museus nas cidades brasileiras e em praticamente 17% o número de bibliotecas. Esses e outros dados geram parâmetros para comparações e discussões embasadas em números concretos, aumentando a possibilidade de encontrar falhas, e corrigi-las antes que a bola de neve aumente, ajudando a mapear melhor a realidade cultural brasileira. Essa sim foi a grande vitória da pesquisa. Segundo o ministro, “nesses quatro anos, a cultura passou a ter visibilidade numérica e mensuração estatística”.

Os dados motivam ações regionais. Como diríamos: agir “na ferida”, ou “nas feridas”, fazendo com que o controle das atividades culturais do governo federal nos municípios, seja melhor fiscalizado futuramente. E abre um leque de possibilidades para novas inovações no âmbito cultural federal, no intuito de descentralizar a nossa cultura, até por que, acredito nessas pesquisas quando penso em um país continental e dinâmico culturalmente, como o nosso. O ministro também enxerga dessa forma quando comenta que com o Munic, conseguimos visualizar os males culturais que a nossa colonização nos deixou como herança: “o Munic demonstra, sem nenhum artifício, as mazelas entranhadas por séculos da história do nosso País, que se espalharam por nosso território e inocularam as desigualdades oriundas de um modelo de colonização, um modelo de povoamento e um modelo de desenvolvimento”. Completo: um modelo falido de um colonizador falido.

Como diriam alguns amigos meus: “os trabalhos” já começaram. Acredito que o Ministério está no caminho certo, ainda é pouco, mesmo vivendo em um país onde toda esmola é bem vinda, e logo se diz “é pouco mais é alguma coisa” (trecho que me remete outro trecho bem explorado de quatro em quatro anos: “rouba mas faz”)... Ainda é pouco. Mas é um início. E vou cobrar mais.